Segundo o pneumologista Pablo Moritz, especialista em Medicina do Sono, os mecanismos pelos quais o excesso ou a falta de sono prejudicam o nosso organismo ainda não estão completamente esclarecidos. “A menor exposição a desafios fisiológicos é um dos mecanismos propostos, cujo maior impacto é no nosso sistema imunológico e no controle dos nossos ritmos biológicos. A exposição à luz durante o dia é o mais importante deles. Disso depende a regulação do nosso relógio biológico, que por sua vez interfere na regulação do nosso humor e no funcionamento do nosso sistema de defesa”, explica o médico.
Imagem da Ilha: Dormir muito pode aumentar os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares?
Pablo Moritz: Sim. O excesso de sono altera o nosso metabolismo e a nossa regulação hormonal, principalmente no que tange a liberação da leptina (hormônio da saciedade) e do cortisol (hormônio do estresse), e isso desencadeia uma série de desequilíbrios que leva ao aumento de peso, maior propensão ao diabetes, e lesão direta do sistema cardiovascular. Além disso, o desequilíbrio do nosso sistema imunológico causado pelo sono em excesso atua diretamente nas paredes das artérias do nosso corpo, envelhecendo-as e contribuindo para o processo de aterosclerose.
A que outras doenças os dorminhocos estão expostos?
Dormir em excesso está relacionado a maior incidência de depressão, câncer em geral, infarto do miocárdio, derrame cerebral, dentre outras.
Mas o número de horas de sono não varia de pessoa para pessoa? Existe um número máximo recomendado de horas de sono por dia?
É fato que cada pessoa tem a sua necessidade de sono, que varia ao longo da vida. Em um adulto, esse número varia entre 7 e 8 horas por noite. Os estudos demonstram é que para a maioria da população menos de 6 horas e mais do que 9 horas está significativamente relacionado a doenças e maior mortalidade. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é do respeito à necessidade de sono individual dentro da faixa das 6 a 9 horas. Não há um número fixado para toda a população.
Dormir demais pode contribuir para o aumento de peso?
Sim, dormir demais desequilibra a secreção hormonal, especialmente a Leptina, que é o hormônio da saciedade, e altera o nosso metabolismo, promovendo o aumento do peso. O mesmo vale para pouco sono e para sono de qualidade ruim.
Que sensações a pessoa que dorme muito pode ter ao longo do dia?
Os sintomas mais comuns são irritabilidade, sonolência e redução da memória, concentração e atenção.
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